COELHO À CAÇADOR
Um dos pratos mais apreciados pelos portugueses, absolutamente delicioso! Uma receita que tem as suas raízes na tradição da caça ao Coelho Bravo. A facilidade de reprodução deste animal e o elevado número que podem atingir foram os grandes impulsionadores para que os homens os caçassem, a fim de protegerem as colheitas.
As peles dos coelhos bravos eram também uma boa fonte de receita para as famílias, que poderiam ser comercializadas ou usadas para fazer brincadeiras com as crianças das aldeias.
A carne do Coelho Bravo, com o seu sabor inigualável e característico, rapidamente se tornou na base de diversos pratos tradicionais, havendo verdadeiros comensais em volta da mesa para saborear esta iguaria maravilhosa.
Hoje, o "Coelho à caçador" encontra-se em todo o país na ementa de qualquer tasca ou restaurante, mas é em casa, nos potes ao lume, com um verdadeiro coelho bravo que melhor se poderá saborear tal iguaria.
Contudo, é possível, em casa, confecionar este prato e conquistar quem o prova. A receita original é confeccionada com coelho bravo, dos que vivem em liberdade pelo mato e se alimentam do que a natureza lhes dá, ficando por isso a sua carne com um sabor particular.
Quem não é caçador, ou se por acaso não conseguiu caçar um coelho, pode sempre passar pelo supermercado, comprar um e através da junção de ervas do mato dar-lhe o sabor similar ao original.
Nesta receita, para o coelho manso, são necessárias 3 plantas que existem nos pinhais de Portugal, menos a carqueja, o Alecrim e o rosmaninho são mais comuns.
Ingredientes: 1 coelho
2 cebolas grandes
3 dentes de alhos
1 folha de louro
1 colher de sopa de alecrim (se for coelho manso)
1 colher de sopa de carqueja (se for coelho manso)
1 colher de sopa de rosmaninho (se for coelho manso)
100g de toucinho ou bacon (opcional)
0,75 l de vinho tinto de boa qualidade
1 dl de azeite virgem ou 4 colheres de sopa de banha
1 colher de sobremesa de colorau ou polpa de tomate (opcional)
sal q.b.
pimenta q.b.
Modo de preparação
Amanhe o coelho retirando a vesícula com muito cuidado e lavando-o com a mão húmida para retirar os pelos que possam estar espalhado (deve evitar molhá-lo muito para que não vá cozinhar com muita água). Parta-o em pedaços equilibrados, ponha tudo numa recipiente que possa tapar, tempere com o sal e pimenta, junte o louro e os dentes de alho esmagados com uma pancada mas conservando a casca e regue tudo com o vinho tinto, que deve cobrir a carne. Deixe pelo menos um par de horas, melhor se puder ser para o dia seguinte.
Num tacho, melhor se tiver de barro, deite o azeite ou a banha e frite na gordura as cebolas cortadas em rodelas finas, o toucinho ou bacon em tiras e o colorau ou polpa de tomate . Quando alourarem introduza a carne com a marinada.
Se está a cozinhar um coelho manso e gosta do sabor acre da caça selvagem, junte o alecrim, a carqueja e o rosmaninho bem lavados (pode cortar tudo em pedaços e atá-los numa "boneca" de pano ou de gaze, ou simplesmente atados uns aos outros com fio de cozinha, caso não goste de encontrar estes pedaços na comida).
Depois de ferver, baixe o lume, tape e deixe estufar até o coelho estar tenro, o que pode levar meia hora, se manso, até quase duas horas se bravo. Neste caso pode ser necessário juntar líquido aos poucos, que será sempre mais vinho e nunca água.
Enquanto o coelho estufa, coza batatas novas com casca, um dente de alho e uma folha de louro e frite fatias de pão branco em azeite. Deixe ficarem louras, escorra e reserve.
Serve-se o Coelho à Caçador sobre estas fatias de pão frito que são comidas também depois de bem embebidas no delicioso molho e acompanhado de batatas cozidas, temperadas também com o molho da carne.
Bom apetite! :)
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