Desertificação ou Regionalização


O título é chamado à colação porque, mais uma vez, a empresa Comboios de Portugal (CP) resolvem “poupar” umas massas, que com certeza lhe vai amenizar e muito a colossal “divida asfixiante” de 2,6 mil milhões de euros.
 Não causa admiração nenhuma, porque os cortes são, e serão sempre, no interior do país, o tal que a maior parte dos nossos governantes só calcorreia em ano de eleições. Claro que há excepção a estes passeios eleitorais, acontecendo com pompa e circunstância aquando da inauguração das respectivas infra-estruturas.


Depois, regressam ao cadeirão que ocupam na capital do reino e toca suprimir o que acham dá prejuízo. Não interessa onde sejam os cortes, Douro, Alentejo ou Algarve, desde que não seja na zona do Terreiro do Paço.
Segundo os números divulgados recentemente a CP tem esta linda folha de serviços:

- Supressão de cinco comboios por dia nas linhas do Alentejo e Algarve por falta de material (escassez de pessoal de manutenção).
- 8.436 viagens canceladas por greve em 2018
- 3.595 viagens canceladas por avaria em 2018

Claro que, como habitualmente, tudo isto é negado pelos responsáveis, que com a habitual "cara de pau", o responsável da empresa Carlos Gomes Nogueira afirmou na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas:
“A empresa está a caminhar para resultados positivos, com a reestruturação financeira, investimento em material circulante, o tráfego a crescer e o contrato de serviço público”.
Ora, como esta pérola foi proferida no passado dia 6 de Março, ficam as dúvidas sobre:

1. investimento em material circulante!!!!!
2. tráfego acrescer!!!!!
3. contrato de serviço público!!!!

Claro que, enquanto nós vamos dando machadada atrás de machadada no interior, ajudando cada vez mais á sua desertificação, lá por fora sempre vão dando valor ao que de bom temos pelo nosso cantinho



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